quinta-feira, 28 março, 2024 17:41

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GoodWill Gym Brazil

William Carvalho Rodrigues, mais conhecido como Will Gyn, nasceu em Goiânia, Estado de Goiás, no Brasil, dia 18 de agosto de 1967, mas foi criado na pequena cidade de Anicuns. Em 1991, foi trabalhar na emissora Rede Manchete de Televisão no programa da apresentadora infantil Angélica, atualmente casada com Luciano Huck. Will atuou no programa como “Angélico”, um papel semelhante ao dos “Paquitos do Xou da Xuxa”. Da Rede Manchete, foi trabalhar para a Pepsi Cola como gerente, coordenando uma área de 72 cidades. 

Graças ao emprego na Pepsi Cola, Will acabou indo passear nos EUA, onde acabou ficando na charmosíssima cidade de São Francisco na Califórnia. Em pouco tempo, conseguiu emprego em uma pizzaria chamada North Beach Pizza. Inicialmente contratado como lavador de pratos, logo passou a fazer pizzas e depois passou a efetuar entregas. 

Em setembro de 1993, em uma enorme operação executada pela imigração americana para promover um “limpa” nas redes de pizzarias, todos os trabalhadores imigrantes informais e sem os devidos papeis necessários para trabalhar, tiveram que fugir ou se esconder. Abandonando o apartamento em que residia na época, Will passou a residir dentro do seu carro, ora dormindo dentro do veículo, ora dormindo em parques. Eventualmente, acabou se tornando um “homeless”. Ao se aventurar nessa rota de fuga sem domicílio fixo e adequado, acabou deixando a cidade de San Francisco e foi para San Diego, depois para Las Vegas. Acabou voltando para São Francisco já no finalzinho do ano de 1993. 

Ao retornar, conseguiu trabalhos temporários com alguns americanos, casou e teve dois filhos, Vyda Maria Radford Rodrigues e Mateus Adilson Radford Rodrigues. Logo em seguida, ficou legalizado nos Estados Unidos, aprendeu inglês, e voltou ao mercado de trabalho em restaurantes e mercados, dessa vez formalmente. Mudou-se com a família para Portland, no Oregon, onde permaneceu até 2003. 

Em 2003, mudou-se para Atlanta onde permaneceu até uma repentina suspeita de câncer que o levou de volta ao Brasil, no ano de 2010, para poder investigar. Felizmente, todos os sintomas se revelaram ser fruto apenas de estresse emocional. No entanto, no retorno à sua terra natal, Will conheceu a pessoa de Felisberto Tavares que o convidou para acompanhá-lo na missão de alimentar moradores de rua. A partir daí, fez de sua vida uma ponte aérea entre Brasil e EUA com muitas idas e vindas. 

Em 2013, Will começa então um projeto de ir para as ruas às quintas e aos domingos alimentar moradores de rua. Ao mesmo tempo em que fazia o trabalho campal, também se tornou um ativista da causa sagrando-se como figura notória na Câmara dos Vereadores de Goiânia, pelos constantes protestos que fazia. Tanto em sessões plenárias como do lado de fora. Levava faixas, gritava e cobrava do Poder Público ajuda aos moradores de rua. 

Um dia, porém, toda essa exaustiva dedicação à causa entre essas idas e vindas para fora do Brasil, acabaram cobrando seu preço mais uma vez. Pânico, depressão e ansiedade voltaram a lhe assombrar. O que ajudava a remediar, dando-lhe força e um pouco de paz, eram os momentos em que estava lado a lado com seus irmãos de rua, ora alimentando-os com comida, ora com acalentos. 

Assim, percebendo que aquilo era a única coisa que também o alimentava, passou a dedicar-se diariamente à função que gradualmente foi se transformando em missão. Conheceu várias entidades e pessoas importantes dessa luta, como o Tio Cleobaldo que há mais de 50 anos se dedica a essa função. E assim foi adquirindo experiência e aumentando sua rede de contatos.Esse caminho acabou levando Will a abrir sua própria ONG no ano de 2018. A GoodWill. Um nome que faz referência não só ao seu nome de guerra que se tornou notório com também faz alusão ao significado dessa expressão em português que é Boa Vontade. 

A GoodWill hoje desenvolve trabalho de assistência a moradores de rua, dependentes químicos e famílias carentes através de campanhas e vídeos que procuram sensibilizar a sociedade em prol dessa causa que precisa ser vista além de um simples abrir a mão para doar dinheiro, mas também de estender a mão para ajudar com muito mais do que doação de bens materiais. 

A GoodWill entende que a doação solidária vai muito além do dinheiro que é efêmero e precisa estar sempre circulando e sendo distribuído. Mas o provimento de renda sem alma e sem coração nunca vai mudar a situação e a condição humana. É preciso doar atenção com o coração. 

Hoje a GoodWill recebe doações tanto do Brasil como dos EUA e da Europa. A ONG vai completar o seu segundo ano de vida já tendo proporcionado ajuda a muita gente como por exemplo o projeto de profissionalização de moradores de rua em parceria com o Ministério Público do Trabalho, que capacitou 120 pessoas em ofícios como garçom, eletricista, pintor entre outras funções dentro da construção civil, possibilitando a reintegração dessas pessoas à sociedade, à suas famílias e à cadeia produtiva. 

Em pouco tempo a ONG já conseguiu também ajudar dependentes químicos a se tratarem, a encontrar pessoas desaparecidas, reformou casas. Contou com diversas parcerias como clubes de futebol profissional como o Vila Nova e o Goiás que doaram blusas autografadas para serem rifadas, empresas que fizeram grandes doações de alimentos, eventos musicais no Bolshoi Pub em prol de comunidades carentes arrecadando doações, projeto Volta Para Casa com o Governo de Goiás, projetos sociais com a CASE (Centro de Acolhimento Socioeducativo), distribuição de tendas, remédios e livros, parceria com a OVG (Organização das Voluntárias de Goiás) para distribuição de cadeiras de rodas e muletas e através da Secretaria de Esporte e Lazer a obtenção de ingressos para levar moradores de rua para o Estádio Serra Dourada, assistir jogos de futebol da série A do Campeonato Brasileiro. 

Em São Francisco a GoodWill já está presente ajudando moradores de rua. E mais recentemente, chegou à cidade de Atlanta. 

Por último, Will Gyn agora faz parte também da Rede Brasileira de Cidades Inteligentes e Humanas, colaborando com sua experiência vivida nas ruas lidando diariamente com uma parte significativa dos grandes problemas que afetam nossas cidades e que ainda são barreiras severas para que nossas comunidades possam prosperar de forma inteligente e mais humana. O convite a Will Gyn partiu do Presidente da RBCIH André Gomyde a quem foi apresentado por Alberto Peres que já fazia parte da Rede e que ajudou Will a fundar a sua ONG GoodWill em meados de 2018. 

Com mais essa parceria entre a GoodWill e a Rede Brasileira de Cidades Inteligentes e Humanas, advêm um leque enorme de possibilidades de cooperação mutua entre a vivencia direta com as mazelas da má distribuição de renda, a baixa capacidade do Estado de educar e capacitar seus cidadãos com o know how da Rede em analisar os dados necessários para um planejamento urbano mais eficiente, sustentável e humano. 

Com isso os prefeitos terão a sua disposição uma plataforma de gestão em total sintonia com as demandas de compliance exigidas pelos novos parâmetros de gestão pública e com as demandas do futuro que se aproximam cada vez mais da realidade inexorável das tecnologias IoT, 5G, impressoras 3D e Inteligência Artificial. 

Como prega incansavelmente um dos grandes pensadores da nossa era, Yuval Harari, o momento para traçar as fundações éticas e morais do novo mundo é agora. 

A cooperação entre a GoodWill e a RBCIH é uma das importantes ramificações dessa enorme rede de cooperação que vai trabalhar para definir esses pilares para um mundo altamente tecnológico, mais sustentável e mais humano. 

Doações:
William Carvalho Rodrigues
Banco Itaú
Ag. 6630
C/C: 13779-9