sexta-feira, 29 março, 2024 09:11

MATÉRIA

Calvície Hereditária

O que é e quais são os tratamentos mais recomendáveis.

Calvície é uma forma de alopécia?—?queda dos cabelos sem reposição?—?que se torna gradual e progressiva se não for tratada imediatamente.

A principal causa é genética, quando os pais ou avós, principalmente o homem, são calvos. O hormônio masculino Dihidrotestosterona (DHT) presente no folículo cabeludo é o principal fator para provocar a queda de cabelos. O sebo — que contém o hormônio masculino — acumulado no couro cabeludo, entope os poros e ocasiona má nutrição da raiz do cabelo.

Alopecia Aerata

Outra causa da calvície é uma condição auto-imune conhecida como Alopécia Areata. São áreas pequenas e arredondadas totalmente sem cabelo. Normalmente a queda se restringe somente a essas áreas, não havendo perda completa.

A causa da alopecia areata ainda é desconhecida, mas alguns fatores podem contribuir para o seu desenvolvimento, tais como: doenças de tireóide, hereditariedade, exposição a produtos químicos, casos de fundo emocional, período da menopausa, dieta pobre em nutrientes e problemas como a dermatite seborréica.

A alopecia pode ser congênita (presente desde o nascimento do indivíduo) ou adquirida. A alopecia adquirida apresenta duas formas principais:

• Cicatricial: há inflamação e perda de folículos pilosos. Pode ser causada por doenças de pele, infecções fúngicas (micoses), infecções bacterianas e queimaduras.

• Não-cicatricial: os cabelos estão ausentes, mas os folículos pilosos estão preservados, o que explica a natureza reversível deste tipo de alopecia. As doenças da pele são as causas mais comuns da alopecia não-cicatricial e incluem: eflúvio telogênico, alopecia androgenética e alopecia areata.

Alopecia Androgenética Masculina

O padrão de calvície masculino pode ser causado por uma sensibilidade geneticamente herdada a uma substância de ocorrência natural denominada dihidrotestosterona (DHT). Uma enzima natural do organismo, chamada 5-alfa-redutase, converte o hormônio testosterona no DHT. Homens com alopecia androgenética apresentam níveis bastante elevados de DHT.

Esta condição se inicia com o afinamento dos cabelos nas têmporas; depois se reduz a fase do crescimento, até que algumas áreas fiquem completamente sem cabelos.

Alopecia Androgenética Feminina

O padrão de calvície feminino é resultado da diminuição do estrogênio (hormônio feminino) que geralmente inibe o efeito da queda de cabelo provocado pela testosterona.

A calvície da mulher pode ser explicada por uma “alta sensibilidade” dos receptores hormonais localizados no cabelo aos hormônios masculinos.

A alopecia androgenética é uma doença progressiva que, se não for tratada, tende a piorar com o tempo. A velocidade de progressão depende de fatores únicos em cada pessoa, tais como histórico familiar e presença ou ausência de distúrbios hormonais.

Os cabelos das mulheres que apresentam a alopecia começam a se afinar, em geral na parte anterior e superior da cabeça. No começo, é visível apenas na “risca” do cabelo e nota-se um cabelo fino, frágil, quebradiço, com pouco volume e com crescimento lento. Depois, uma rarefação mais difusa do cabelo começa a ser percebida. Por fim, certa “transparência” do cabelo é notada, permitindo observar-se o contorno da cabeça através do cabelo.

Ainda não existe uma forma eficaz que garanta 100% de sucesso na cura da calvície. Entretanto, existem diversas medidas que podem ser tomadas para controlá-la. Assim, ela deixa de evoluir, evitando-se a queda completa dos cabelos. Quanto mais cedo se detectar o problema, melhores serão os resultados. Os objetivos do tratamento da alopecia androgenética são:

• Retardar a rarefação, evitando o excesso de queda;

• Aumentar o volume de cabelos no couro cabeludo;

• Engrossar os fios de cabelo já existentes.

Dicas de Tratamento da Calvície

• Procurar manter uma vida saudável. Adotar uma alimentação rica em aminoácidos e proteínas; cobre, ferro, zinco, óleo de linhaça e complexo B; além da prática de exercícios físicos. Esses fatores contribuem para uma boa nutrição capilar e irrigação do couro cabeludo.

• Limpeza do couro cabeludo. As lavagens devem ser freqüentes, utilizando-se shampoos apropriados com fórmulas delicadas de pH neutro e sem sal, para remover a sujeira e o sebo em excesso, sem alterar o pH do couro cabeludo.

• Massagem. Ter o hábito de massagear o couro cabeludo ajuda a ativar a circulação. A massagem deve começar na parte frontal da cabeça e nas têmporas, continuando na nuca e terminando no alto do crânio. Esta massagem, além de ativar a circulação, também ajuda na absorção de loções capilares.

Sessões regulares de drenagem linfática e massagem capilar contribuem para ativar o metabolismo do couro cabeludo, revitalizando os folículos pilosos. As massagens ajudam no relaxamento — isto reduz o efeito dos hormônios que provocam a queda de cabelos.

    • Anticoncepcionais. Em casos de alopecia androgenética feminina de origem hereditária, é útil recorrer a anticoncepcionais que contêm a sustância acetato de ciproterona. Esta substância inibe a influência dos hormônios andrógenos (hormônios masculinos), além de reduzir a função excessiva das glândulas sebáceas. São estas glândulas que causam a seborréia?—?responsável por grande parte dos casos de queda de cabelos.

O acetato de ciproterona pode ser encontrado em anticonceptionais como Diane 35 e Yasmin. No caso do Diane 35, a queda começa a melhorar a partir do terceiro mês de terapia.

Principais Medicamentos para Calvície

Minoxidil – O Minoxidil –  é um vasodilatador que facilita o crescimento do cabelo. Foi o primeiro produto a ser aprovado para o tratamento de alopecia androgenética.

Comumente, o Minoxidil é apresentado em duas concentrações: 2% e 5%. Estudos comprovam que a solução de 5% proporciona um efeito mais amplo e rápido que a solução de 2%; e pode ser usada tanto em homens como em mulheres.

É aplicado via tópica sobre o couro cabeludo, em dose 1 ml, duas vezes ao dia. A loção deve ser distribuída uniformemente sobre as áreas de maior necessidade, através de massagens cutâneas feitas com as pontas dos dedos. O uso deve ser regular e contínuo para manter a eficácia. 

Finasterida – A Finasterida trata a alopecia androgenética leve a moderada. É um inibidor específico da 5 alfa-redutase, enzima responsável pela queda de cabelos.

Foi demonstrado que a Finasterida rapidamente baixa os níveis de DHT sérico e do couro cabeludo em mais de 60%. Ela não tem nenhuma afinidade pelo receptor de androgênio e, portanto, não interfere na ação da testosterona. Por isso, não tem efeitos androgênicos, estrogênicos, progestacionais ou quaisquer outros efeitos de esteróides.

O tratamento de alopecia androgenética é administrado em uma dose diária de 1 mg por via oral.

A Finasterida, porém, não é aprovada para uso em mulheres. Durante a gravidez, podem ocorrer anormalidades na genitália externa do feto de sexo masculino.