quarta-feira, 24 abril, 2024 15:32

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5 lições de grandes investidores e suas boas práticas

Ninguém nasce sabendo investir. A melhor maneira de aprender a aplicar seu dinheiro é estudar a teoria e aplicá-la controladamente. Assim, dá para ver o que funciona e como funciona, ajustando quando necessário. No entanto, nem tudo a gente precisa aprender na prática. Dá para avançar muito ao olhar com atenção para lições de investidores famosos. Afinal, eles já passaram por onde estamos agora. 

Existem alguns investidores que são verdadeiras lendas do mercado financeiro. São nomes que dominaram certos ativos ou estratégias e, por isso, podem ensinar muito a quem é novato na área. Assim, caso você queira avançar nos seus estudos, vale a pena conhecer o que eles têm a ensinar.

E aí, quer ver algumas lições de investidores famosos e como aplicá-las? Então siga a leitura do artigo abaixo!

Quais são as 5 lições de investidores famosos?

Abaixo, listamos 5 importantes lições de investidores como Warren Buffett, Luiz Barsi, Benjamin Graham e outros. São nomes de respeito no mercado financeiro e que têm muito a ensinar, então se você considera que há valor em ouvir o que os maiores nomes da área têm a falar, siga a leitura!

Nunca desperdice uma boa crise

Winston Churchill não foi um investidor no sentido técnico da palavra, mas é a inspiração para muitos. O Primeiro-Ministro do Reino Unido durante a Segunda Guerra Mundial é uma personalidade cheia de frases e histórias. Uma delas, no entanto, é muito útil para investidores: “nunca desperdice uma boa crise”.

É claro que a frase não quer dizer que crises são coisas positivas. No entanto, elas acontecem. Se você tem acompanhado o mercado há, digamos, 5 ou 6 anos, provavelmente já viu algumas crises. A última foi a do novo coronavírus.

Quando as ações estão em queda, muita gente perde dinheiro e sofre bastante. Portanto, é claro que crises não são positivas. Mas elas acontecem independentemente do que os investidores querem. E, além disso, elas geram oportunidades que não devem ser desperdiçadas.

De maneira básica, uma crise tende a desvalorizar ativos. Esses ativos passam a custar menos do que realmente valem e essa é uma boa oportunidade de compra. Veja, por exemplo, o desempenho da Bolsa na pandemia do novo coronavírus. Em menos de um mês, o Ibovespa caiu 45%.

Essa queda não ocorreu porque as empresas brasileiras se tornaram ruins e o valor delas diminuiu. Ela aconteceu por causa do medo dos investidores nessa situação. Portanto, a tendência é que eventualmente o mercado recuperasse o valor naqueles papéis — e foi o que aconteceu antes do fim do ano.

Assim, quando ver uma crise, não fuja dela. Identifique as suas consequências e aproveite as oportunidades que ela criar.

Diversificação é diferente de pulverização

Você com certeza já ouviu falar que é importante diversificar seus investimentos, não é mesmo? Já deve conhecer a história de “não colocar todos os ovos em um único cesto”, certo? Logo, o melhor é diversificar ao máximo e comprar vários ativos diferentes, não é isso? Na verdade, não.

Harry Markowitz, economista renomado e vencedor do Nobel da área, alerta aos investidores sobre os riscos de confundir diversificação e pulverização. Segundo ele, diversificar demais a sua carteira pode gerar perda de dinheiro ao boicotar as oportunidades de ganho (pulverização).

No entanto, diversificar de menos pode gerar riscos significativos no mercado. De acordo com os seus estudos, uma carteira de investimentos bem balanceada deve ter de 15 a 20 ativos. Mais do que isso, e o investidor começa a pulverizar os ganhos.

Mas como escolher esses ativos do jeito certo? Segundo a teoria de Markowitz, o ideal é analisar a relação de riscos sistemáticos e não-sistemáticos dos ativos. Além disso, é essencial ver também a correlação entre seus preços. Dessa forma, você pode proteger os riscos não-sistemáticos de um ativo com outro que tenha correlação negativa. Assim, sua carteira fica balanceada e protegida.

Conte com o poder dos dividendos no longo prazo

Luiz Barsi é um dos grandes nomes do mercado brasileiro. O segredo para o seu sucesso? O poder dos dividendos no longo prazo.

Como já mencionado várias vezes, Barsi usa uma estratégia de longo prazo no mercado de Renda Variável. Ele faz a Análise Fundamentalista de empresas e compra os papéis que considera que terão boa valorização no futuro.

No entanto, um elemento importante nessa estratégia é o pagamento de dividendos pela empresa. Barsi privilegia as companhias que pagam bons dividendos pois, de certa forma, essa é uma maneira de rentabilizar sua aplicação. Ou seja: além de ganhar na valorização de longo prazo, o investidor também coleta lucros recorrentes.

Encontre oportunidades contra

a manada

Warren Buffett é um dos principais nomes do mercado financeiro mundial. Também conhecido como Mago de Omaha, ele é dono de algumas das principais lições de investidores do mercado. Hoje em dia, é muito raro aquele que não valoriza os ensinamentos de Buffet.

Você provavelmente já sabe que ele é adepto da estratégia Buy’n’Hold. Ou seja: comprar ações e mantê-las com você por anos. A ideia é evitar as variações de curto prazo e aproveitar a tendência de crescimento de longo prazo dos papéis.

No entanto, existe outra lição muito importante de Buffet: encontre oportunidades contra aqueles que caíram no efeito manada. No entanto, isso não significa “jogar contra o mercado” sem discernimento.

A lição é entender quando há fundamentos para uma tendência de mercado e quando não há. Ou seja: quando o movimento é “real” ou incentivado por alguma irracionalidade. Se for o segundo caso, procure por oportunidades de ganho para explorar o movimento.

Tenha coragem, mas não tenha ganância

Max Gunther é o pseudônimo do autor do livro Axiomas de Zurique. Esse livro retrata lições de investidores suíços que enriqueceram com gestão de risco na Europa.

Existem muitas boas lições no livro, mas vale destacar uma aqui: tenha coragem, mas não tenha ganância. Essa lição é uma mescla dos dois primeiros grandes axiomas mencionados no livro.

Gunther explica que é preciso coragem no mercado financeiro para explorar oportunidades que surgirem. De acordo com ele, é mais vantajoso correr riscos quando se é jovem, do que jogar mais seguro. Os ganhos potenciais são bem maiores.

No entanto, é importante não ter ganância e sair das posições quando atingir a meta de lucratividade. Muitos investidores querem sempre aquele 1%, 2% a mais de lucro e essa pode ser a diferença entre sair da posição com ganho ou prejuízo. Portanto, quando o seu trade chegar onde você queria, saia da posição.

Prontinho! Essas são algumas das lições de investidores que podemos levar sempre em nossos trades. Afinal de contas, não se tratam de ensinamentos sobre qual ativo comprar ou vender, mas sim de como agir. São lições que dão o Norte para nossas estratégias.